teoria musical

Teoria musical: guia completo para você começar a estudar

É comum que músicos e pessoas que se dedicam à música mais por hobby valorizem mais o processo de tocar o instrumento do que a parte teórica. Afinal, muita gente considera mais divertido e leve tocar suas músicas favoritas ou brincar tocando coisas aleatórias do que pegar um livro para ler teoria musical.

Por mais que tocar um instrumento e se envolver com música no geral traga inúmeros benefícios para a vida cotidiana, a teoria cumpre um papel fundamental nisso tudo. Pode parecer um pouco chato no começo, mas entender o funcionamento e as bases das composições que você tanto toca e ouve vai deixar sua experiência musical ainda mais rica.

A teoria musical engloba muitas áreas e é extremamente rica e fascinante em conteúdo, de modo que oferece ferramentas até para acelerar o seu aperfeiçoamento prático. Mas se você não sabe muito bem o que é esse campo de estudo, o que ele engloba e como começar a estudar, relaxe.

Neste texto, daremos a você um guia completo para começar seus estudos naquele pique e tirar o máximo proveito de cada teoria. Siga com a gente e tenha uma ótima leitura!

O que é teoria musical?

Essa primeira pergunta é fundamental para começarmos a nos aprofundar no assunto. Afinal, muita gente nem faz ideia de que existe conteúdo teórico de música, e muito menos do que trata. Por isso, vamos dar a largada com uma breve explicação sobre esse tema tão amado por uns e tão odiado por outros que preferem apenas tocar seu instrumento.

A teoria musical é basicamente o estudo dos fenômenos e das estruturas existentes na música de modo geral, além de ser responsável por criar uma comunicação padrão para os músicos.

Você com certeza já se perguntou por que eles põem “letrinhas” e símbolos em vez do nome das notas na cifra de uma música. Ou, então, por que aparecem às vezes uns números do nada. Tudo isso é construído a partir da teoria musical, com explicações para entender inclusive por que aqueles acordes ou notas estão ali na hora em que estão.

Falando sério, convenhamos que o mundo da música seria muito mais difícil se todos os músicos tivessem que se comunicar na base do “entra na próxima depois daquela quando o outro faz aquele tchururu”.

Para que serve a teoria musical?

Então, a teoria musical serve para analisar, padronizar e entender os fenômenos que ocorrem durante uma música. É lógico que, na maioria das vezes, o compositor não pensa milimetricamente no porquê de aquela nota estar ali, daquele jeito, naquela hora, mas subconscientemente ele a colocou. E este é o papel da teoria: entender por que ela está ali.

Pense um pouco com a gente:

  • Por que determinadas sequências de notas e acordes nos geram a sensação de tristeza, enquanto outras nos provocam uma alegria sem fim?
  • Por que algumas nos remetem a dias chuvosos, enquanto outras quase nos deslocam para campos floridos?
  • Por que algumas nos fazem querer levantar da cadeira e dançar loucamente, e automaticamente nos remetem a um estilo específico?

Tudo isso se engloba dentro desses estudos. Diante disso, é fundamental que o músico compreenda bem a teoria musical. Aqui, vale ressaltar que funções como maestros e produtores musicais pedem uma compreensão maior que outras.

Resumindo a ópera, lembre-se: não estudar teoria musical é não saber o que você está fazendo, o que os outros estão fazendo, nem ao menos como se comunicar de forma precisa dentro da música.

Quem deve estudar teoria musical?

Todo mundo! Sem exceção! Tudo bem, na vida real, não faz sentido esperar que o engenheiro que nem toca um instrumento estude teoria musical. Então, vamos esperar isso apenas de quem toca algum instrumento para cima, tudo bem?

Simplesmente não existe justificativa para que qualquer pessoa que se interesse por música não estude teoria musical. Além de ser extremamente esclarecedora, ela agiliza muito o desenvolvimento no instrumento, a percepção das músicas e poupa um enorme tempo na hora de memorizar músicas ou pegá-las de ouvido.

É lógico que não se espera que um percursionista entenda tanto de harmonia quanto um compositor ou um violonista. Da mesma forma, eles talvez sejam muito melhores em rítmica do que um cantor. Mas uma coisa garantida é que todos eles entendem sobre todas essas áreas, independentemente das suas especializações.

Qual a importância de estudar teoria musical?

Chegando até este ponto do texto, seria natural que a maioria já tivesse entendido a importância de estudar a tal da teoria musical. Porém, como sabemos que alguns de nossos leitores estão por aqui sem nem soltar o instrumento e loucos para voltarem a tocar, reforçaremos um pouco mais o quão importante é estudar teoria.

Primeiramente, isso se torna fundamental para qualquer pessoa que deseje trabalhar com música, para facilitar não só a sua vida, mas também a daqueles que estão ao seu lado.

O quanto uma boa leitura de partituras não agiliza a vida de um grupo de músicos profissionais que precisarão tocar com a leitura simultânea? Já imaginou só você dando aquelas clássicas engasgadas? Ou, então, se seu vocalista fica doente na véspera do show e vocês precisam alterar o tom da música. Já pensou você sem saber fazer essa mudança?

E o quanto é difícil gravar as diversas sequências de acordes e solos de uma série de músicas nas longas apresentações em barzinhos, sem teoria? Você precisará decorar cada uma, enquanto poderia ler ou entender a harmonia da música.

No fim, não estudar teoria só traz dificuldade. Por mais que possa parecer complicado no começo, garantimos que é muito melhor estudar agora do que sofrer depois. Por isso, para entender mais sobre teoria, o que você estudará nela e como estudá-la, siga conosco porque ainda temos mais!

O que aprender sobre teoria musical?

Você chegou até aqui no texto, leu todos esses parágrafos reforçando a cada linha a importância e as vantagens de incluir a teoria na educação musical, mas sem aprofundar em nada sobre o que ela ensina.

É normal e totalmente compreensível que você esteja se coçando de curiosidade em relação ao que esse ser místico e misterioso conhecido como teoria musical tem de tão precioso para ensinar, não é?

A teoria musical aborda diversos temas, desde as linguagens da música (como a leitura de partituras, cifras e tablaturas) até harmonia, melodia, campo harmônico, escalas… Enfim, conteúdo não falta!

Mas é lógico que tudo nessa vida tem um começo. E para podermos compreender bem as coisas mais complexas, é fundamental que comecemos por ele. Sendo assim, acompanhe agora alguns itens que você vai estudar na teoria musical!

Notas

“Aiin, mas isso é muito fácil, todo mundo sabe as sete notas musicais. A gente aprende desde criança”. A maioria tem esse pensamento ao começar a estudar. Mas o fato é que Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si não são as únicas que fazem parte desse universo, apesar de essa sequência ter se consagrado.

Na verdade, existem sete notas musicais, mas essas são apenas as notas naturais. É justamente aqui que mora a primeira pegadinha. Além delas, existem os acidentes, que são basicamente “notas intermediárias” entre as notas tradicionais, ficando no meio do caminho.

Mas ao contrário do que você pode estar pensando, o número correto de notas não é 14, mas sim 12! Não entendeu? Calma que explicaremos tudinho. A pegadinha está no fato de que nem todas as notas têm intermediárias. No caso, não há esses tais acidentes entre Mi e Fá nem entre Si e Dó. Portanto, fechamos com 12 notas.

Vale ressaltar que saber determinar o conceito de nota também é importante. Ela pode, então, ser definida como um som único, afinado, com uma frequência regular.

Tons e semitons

Certo, acabamos de vir do tópico sobre notas, no qual explicamos que existem 12 notas no total e que o número 7 se referia apenas às naturais. Esse pequeno plot twist pode ter levantado algumas dúvidas. Entre elas, coisas do tipo:

  • Então existem notas entre as notas?
  • Podem existir mais acidentes entre os acidentes?
  • Por que nem toda nota tem acidentes?

Calma, que explicaremos tudo isso. Imagine duas cadeiras separadas por, mais ou menos, 1 metro de distância. Ótimo, esse 1 metro de distância é o quê? Uma medida, certo? É exatamente disso que se tratam os tons e os semitons.

Basicamente, podemos imaginar que as cadeiras sejam as notas naturais, separadas por um tom (1 metro no exemplo). Porém, se olharmos bem, entre as cadeiras há um pequeno banco. Esse pequeno banco está bem no meio das duas, ou seja, a meio metro de cada uma, que na música seria o semitom (metade de um tom).

O banquinho entre as cadeiras seria um dos acidentes. Enquanto as cadeiras são as notas naturais, a distância entre elas é representada pelos tons e semitons. Algumas notas não possuem acidentes justamente porque algumas cadeiras estão mais próximas das outras, sem espaço para banquinhos no meio.

Incrível, né? Isso é só o básico do básico. Continue conosco para ver o que mais a teoria musical nos proporciona!

Acordes

Esse já é um nome bem conhecido. Mesmo quem não toca nenhum instrumento já ouviu falar nos tais dos acordes. Para algumas pessoas, pensar no que são acordes pode parecer meio obvio, pois convivem com eles frequentemente enquanto pegam suas músicas em sites de cifras por aí.

Mas o que a teoria musical tem a dizer sobre eles? Bem, você que já toca instrumentos mais visuais nesse sentido, e vai se guiando pelas cifras, já deve estar careca de lidar com os acordes. Agora, saberia definir exatamente o que são? Lembrando que não vale responder “aquela posição que meus dedos fazem no violão”, hein?!

Os acordes são basicamente um conjunto de três ou mais notas, tocadas simultaneamente. Os que têm três notas são chamados de tríades, enquanto aqueles formados por quatro notas são chamados de tétrades.

Repare que isso é bem diferente de uma nota, em que estamos falando de um som único, solitário ali. A nota até pode ser seguida por outras diferentes na sequência. No entanto, falamos de acordes quando há notas sendo tocadas em conjunto, ou seja, uma junção dos sons que vai gerar um resultado.

Ritmo

Se existe uma palavra na música usada na linguagem popular para falar sobre absolutamente qualquer coisa, menos o que ela significa, é o ritmo. Quem nunca ouviu alguém dizendo “não gosto de fulano, ele não tem ritmo” ao julgar um cantor que cometeu algum erro, quando o deslize nem era ligado a isso, mas a outra área?

Existem muitos exemplos. A maioria envolve pessoas falando de ritmo quando querem se referir à afinação (apesar de o contrário também acontecer às vezes). Mas no fim, precisamos definir o que é ritmo e, a partir daí, explicar como estudá-lo na teoria musical.

O ritmo se refere basicamente à durabilidade das notas, ou seja, o quanto elas duram, ou uma batida antes da próxima, e quanto tempo entre uma batida e outra. Essas distintas durações, que somadas constituem um padrão rítmico, são representadas nas figuras rítmicas, utilizadas na leitura de partituras.

Mas na teoria musical, os estudos vão bem além. Você estudará assuntos como contratempo, síncopa, tempo forte, tempo fraco, fórmulas de compasso e, claro, os próprios compassos. Tudo isso é fundamental para a leitura de partituras e para o desenvolvimento de um bom músico.

Melodia

Essa palavra também é bem conhecida do vocabulário popular brasileiro, às vezes usada de forma correta, às vezes não. Mas afinal, qual é a definição de uma melodia? Como se constrói uma? E qual é a função ou a utilidade de uma melodia em uma música? Calma, uma coisa de cada vez!

Uma melodia é uma sequência de notas musicais, cada uma com uma duração. Ou seja, há uma lógica rítmica ali, mas o que caracteriza a melodia são as notas em sequência. Quando você canta uma música, por exemplo, a sua voz emite um conjunto de notas em sequência, e não de forma simultânea. Isto é, o que cantamos são melodias.

Nas músicas, as melodias são compostas de notas que fazem parte de alguma escala, de forma a normalmente respeitar a tonalidade daquela música.

Se uma música se encontra no tom de Dó maior, a maior parte das notas da melodia vai pertencer a essa escala. Claro que existem exceções, e muitas vezes podem ocorrer empréstimos modais ou cromatismo ao longo da música.

Harmonia

Bem, se a melodia é um conjunto de notas tocadas de forma sequencial, a harmonia já acaba seguindo por outro caminho. Ela nada mais é do que um conjunto de notas que é tocada de maneira conjunta, simultaneamente.

Se você está lendo com atenção, deve ter percebido a grande semelhança entre a harmonia e os acordes, certo? Porque é exatamente disso que trata o estudo de harmonia.

Óbvio que não se limita única e exclusivamente aos acordes, pois, na harmonia, também se estuda coisas como intervalos (distância entre dois acordes), campo harmônico e análise harmônica. Ou seja, você começa a compreender:

  • como construir um acorde;
  • por que ele te causa aquela sensação;
  • por que ele está onde está;
  • por que determinado acorde foi escolhido para vir depois dele.

Você passa a entender as funções dos acordes e quais deles são possíveis em cada situação, além de analisar os padrões utilizados em inúmeras músicas, como o famoso 2-5-1.

Por essas e outras razões, a harmonia é fundamental para um bom músico. Ela ajuda demais para memorizar músicas, uma vez que é possível deduzir o próximo acorde, em vez de precisar gravá-lo.

Notação

Aqui entra uma das grandes polêmicas da música: a sua notação. Caso você não saiba, a notação mais tradicional, precisa e funcional da música são as partituras. Há também as cifras e as tablaturas, muito populares principalmente para quem toca violão.

Elas não são antagônicas. Aprender uma não impede você de aprender outra. Apesar disso, existe certa rixa, com os fãs das cifras tendo alguma resistência em relação às partituras, enquanto há quem julgue as cifras e as tablaturas como coisas de amadores ou preguiçosos.

Verdade seja dita: as partituras são muito mais completas, precisas e, via de regra, pedem um maior rigor técnico para serem executadas. Com certeza, não daria para registrar o que se registrou ao longo dos anos via cifras ou tablaturas, e é essencial que um músico com aspirações profissionais domine minimamente a principal linguagem da sua profissão.

Porém, não é como se as cifras e as tablaturas fossem a reencarnação do mal na terra. Elas acabam sendo bastante úteis para iniciantes, por serem bem mais simples. Além disso, por serem mais fáceis de se escrever, é muito mais prático achá-las na internet, o que as torna ferramentas mais acessíveis para quem está começando.

Como iniciar os estudos?

Essa é uma bela pergunta e que merece uma ótima resposta. E a verdade é que ela é bem mais simples e óbvia do que parece. A melhor forma de iniciar os estudos de teoria musical é estudando!

Convenhamos, não é todo mundo que gosta da ideia de pegar um livro sobre teoria musical e passar um tempo lendo, ou de investir dinheiro com aulas teóricas de música, uma vez que preferia tocar.

E nos tempos atuais, quando tudo é tão rápido e dinâmico, isso se torna ainda mais difícil, com uma busca incessante por atalhos e segredos para aprender tudo do dia para a noite. A gente sabe que muitas pessoas devem pensar que é chato. Ou, às vezes, o problema é não ter dinheiro para correr atrás desse conhecimento.

Mas a única forma de aprender é estudando. Muitos livros consagrados começam desde o básico do básico, sendo perfeitos para iniciantes — apesar de que ter aulas com um professor de música é sempre uma ótima ideia, uma vez que ele pode atender e tirar todas as suas dúvidas de forma personalizada.

Caso você esteja sem dinheiro no momento, ou realmente não tenha condições de investir em aulas teóricas ou em livros, existem algumas dicas. A primeira é que há diversos livros disponíveis na internet de forma gratuita. Além disso, muitos professores disponibilizam material online, sem custos, seja em blogs, seja em vídeos no YouTube.

Como desenvolver um cronograma de estudos?

Essa é uma pergunta, de fato, difícil e que costuma levantar muitas dúvidas — afinal, são muitas coisas para se estudar, não é mesmo? A primeira dica que podemos dar é para você não se afobar. De quase nada adianta estudar três, quatro ou até cinco horas em um dia e passar o restante da semana sem nem olhar algum material.

O mais importante, e que gera mais resultado, é a criação de uma rotina de estudos, um hábito, que seja diário e constante. Sendo assim, é muito melhor que você comece aos poucos. Pode ser estudando inicialmente 10, 15 ou 20 minutos por dia. Conforme for se acostumando, você vai aumentando a duração.

Talvez você já tenha lido que as grandes lendas da música estudavam mais de oito horas por dia, e isso é real! Mas veja: essa força de vontade, com certeza, é parte do talento dessas personalidades. Convenhamos que não é fácil manter uma rotina dessa diariamente e que, na verdade, é impossível para quem não faz da música sua principal razão para viver.

Por isso, comece devagar. Determine um horário do dia para se dedicar aos seus estudos musicais e vá expandindo aos poucos, até chegar a um patamar que julgue suficiente para as suas pretensões. A chave nesse processo é ter paciência e começar uma rotina que você consiga manter.

Enfim, a teoria musical é fundamental para o seu aprimoramento prático, e não só pela funcionalidade envolvida em entender o que você está fazendo. Ela engloba muitos assuntos que podem parecer distantes, complexos e pouco conectados. No entanto, à medida que for estudando, as coisas vão ficando mais interessantes e fazendo mais sentido.

Gostou do nosso guia completo? Esperamos que sim! Antes de ir organizar seus estudos, deixe um comentário com a sua opinião sobre o conteúdo, alguma dúvida que você gostaria de esclarecer ou sugestões de temas para as próximas postagens.

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